segunda-feira, 23 de março de 2015

Mais notícia ruim: Sífilis

Eu achando que o limite das notícias ruins já estavam no fim, e eis que recebo o exame VDRL, reagente e com título 1/32. Que quer dizer que mesmo após 32 diluições ainda se encontrava indícios de contaminação.

Suspeitei desse exame, pois falsos positivos também acontecem para quem está com hepatite medicamentosa, mononucleose, doenças virais, lupus.

O médico passou um exame comprobatório chamado FTA-IGG e FTA-IGM.
O IGM é um anticorpo formado logo após o contágio com a sífilis e que desaparece depois de algumas semanas do contato, e o IGG é como um marcador de infeção anterior ou já antiga.

Para minha surpresa o exame VDRL que deu negativo em dezembro, agora apontava 1/32 e afirmava ser antiga (reagente apenas para FTA-IGG), mas que loucura?  

Como pode em dezembro eu não ter nada, e agora já ter uma infeção na fase "secundária" segundo o médico? O engraçado disso é que nunca tive nenhum sintoma além das manchas e linfonodos (que também acomete a fase aguda). A diferença das manchas de sífilis é que elas podem tomar todo o corpo, e principalmente palma dos pés e mãos, e eu não tive isso. Nunca tive ferida na boca, ou nas partes genitais. E seria isso que caracterizaria a fase "primária". 

O tratamento seria Benzetacil de 1.200MUi em cada nádega, uma por semana, por 3 semanas. Todos dizem que essa injeção é um terror de dor. Aonde que eu iria me submeter a isso se existem outros métodos de tratamento.

Dei um jeito de comprar 3 comprimidos de azitromicina 1g, e tô tomando, porque no fim das contas nem sei se isso é um falso positivo por conta dos valores alterados dos exames hepáticos TPG e TGO.

Mas só por desencargo de consciência fui atrás nas farmácias do tal benzetacil, todas estão em falta. 

Segue algumas pesquisas que falam da efetividade da azitromicina no tratamento da sífilis.



ESTUDO DE EQUIVALÊNCIA ENTRE AZITROMICINA EPENICILINA G BENZATINA NO TRATAMENTO DA SÍFILIS


1 - Penicilina 2.400.0000 U IM em dose única
2 - Penicilina Benzatina a 2.400.000 U IM em duas doses com uma semana de intervalo
3 - Azitromicina 1g (1g VO/semana durante 2 semanas)
4 - Azitromicina 1g (1g VO/semana durante 3 semanas)

 As taxas de cura foram: 
grupo 1, 39/44 (88,64%); 
grupo 2, 38/42 (90,48%); 
grupo 3, 37/40 (92,5%);  
grupo 4, 43/45 (95,55%).

CONCLUSÃO – A azitromicina mostrou-se equivalente à penicilina nos esquemas avaliados. – Azitromicina e penicilina nos esquemas estudados são eficazes e seguras para o tratamento de sífilis recente ou latente precoce. – As drogas e as doses foram bem toleradas, não ocorrendo efeitos colaterais de média ou grave intensidade.

TRATAMENTO DE SÍFILIS ADQUIRIDA COM AZITROMICINA

Grupo A – que recebeu azitromicina 1g V.O em dose única semanal, durante 3 semanas;
Grupo B – que recebeu 1g V.O de azitromicina em dose única semanal, durante 4 semanas. 

Conclusão - Concluiu-se com a experiência trazida pela rotina do Setor de DST-UFF, que a azitromicina pode ser adotada como um tratamento prático, seguro e eficaz da sífilis adquirida em fase recente e latente precoce, uma vez que o estudo mostrou remissão total da sintomatologia clínica em 100% dos casos, bem como redução de quatro títulos dos níveis de anticorpos séricos em 27/27 (100%) no grupo 3 doses e 28/30 (93.4%) no grupo 4 doses, com um total de 55/57 (96.7%), dos pacientes investigados. 

Sífilis: Azitromicina versus penicilina G benzatínica


Testar a hipótese de que a eficácia de uma dose única de 2 g de azitromicina oral é equivalente ao tratamento padrão com 2,4 milhões de unidades de penicilina G benzatina para o tratamento de sífilis.

A idade média dos participantes foi de 27 anos, 235 mulheres (71,6%) e 171 (52,1%) apresentaram sorologia positiva para o HIV. O principal resultado foi a cura sorológica, definido pela diminuição titre RPR, pelo menos duas diluições antes de controle em 9 meses de acompanhamento. Para sífilis secundária, levou em conta a resolução completa ou melhora das lesões (epitelização em andamento), dentro das primeiras semanas ou segundas do tratamento.

As taxas de cura foram de 97,7% para o grupo de azitromicina e 95% para o grupo tratado com penicilina G benzatina grupo reunião os critérios de equivalência pré-especificado. As taxas de cura também foram semelhantes aos 3 e 6 meses após o tratamento em ambos os grupos e todos os subgrupos. Aos 3 meses, a taxa foi de 59,4% no primeiro grupo e de 59,5% no segundo. Aos 6 meses, foram de 85,5% e 81,5%, respectivamente.



Azitromicina e Penicilina Benzatina para o tratamento de sífilis precoce


Do total de 517 participantes, 255 receberam Azitromicina, enquanto 262 receberam penicilina benzatina. A comparação dos dois grupos com 06 meses (desfecho primário) mostrou uma taxa de cura (redução do título em 02 diluições) de:

77,5% no grupo da Azitromicina e
78,9% no grupo da Penicilina Benzatina,

demonstrando a não-inferioridade da Azitromicina