Depois de exatos dois anos sofrendo com o Efavirenz, tonturas, enjoo, sensação de queimação no corpo, bruximo (comecei ranger e desgastar os dentes duranta noite), zumbidos no ouvido, pesadelos e insônia....
Eis que minhas preces deram certo. Consegui depois de longas semanas de ansiedade, e inúmeras ligações para os locais de dispensa de medicação especializada, eis que chega o Dolutegravir no SAE onde pego o remédio.
Sempre que ligava ouvia de quem me atendia, essa medicação é só para quem está iniciando, não é para troca. Eu tinha grandes dúvidas se de fato iriam me entregar. Me entregaram apenas 30 dias, ao invés dos 90, mas já é algo ótimo. Consegui!
Aproveitando que meus médicos ainda não estavam muito por dentro do manual de dispensa da nova documentação, insisti para que me prescrevessem o Dolutegravir em substituição ao Efavirenz. Mostrei o passo a passo como preencher a nova guia, e sempre criticando bastante o efavirenz, e falando de todos meus efeitos colaterais, e de como não suportava mais ele.
Essa nova política do MS, que na minha opinião é burra, de priorizar quem está iniciando o tratamento agora, e não a quem está prestes a abandonar a medicação pelos efeitos colaterais.
Ora, se várias pessoas conseguem tolerar o Efavirenz tranquilamente, por que iniciar justo com os novatos uma medicação com boa tolerabilidade, baixos efeitos colaterais? Limitando o acesso de todas as formas aos que não toleram mais o efavirenz, e não desejam sofrer com os efeitos colaterais dos outros medicamentos mais antigos como nevirapina (hepatotóxico), atazanavir ( causa icterícia), kaletra (diarréia), fora os que tem que tomar 2x ao dia? Pra mim é incompreensível.
A única explicação razoável é que muito menos gente inicia o tratamento atualmente (se contaminando), do que as que trocam o efavirenz para segunda linha, o que causaria um gasto menor para o governo, pois estas medicações de segunda linha seriam mais baratas, do que trocar os intolerantes para o DTG. Mas ainda assim não compreendo.
Sinceramente eu não sei. Mas agora já botei meu comprimido pra dentro, e já faço parte do novo esquema. Dele ninguém me tira mais pra voltar pra Efavirenz.
Voltei hoje a tarde no médico que prescreveu o DTG para mostrar os frascos, agradecer a ajuda e pedir uma nova guia de dispensa de 90 dias sem data, dessa vez já marcado ( manter esquema atual ), diferente da anterior que solicitava a troca do esquema, além de novos exames que repito a cada três meses (lipidograma, creatinina, ureia, hemograma, tgp, tgo). Espero que esse seja meu esquema por longos anos até que chegue a cura, e espero não sentir efeitos colaterais mais, finalmente dar adeus ao remédio para dormir (clonazepam) e deixar de ter pesadelos! Não são muitos desejos...